Confira a tradução da entrevista de Katheryn Winnick para o site Francês, ’20 Minutes’.
Ela é a heroína do drama histórico, cujo capítulo final é esperado para até o final do ano. Durante a primeira temporada, os fãs de Vikings conheceram Lagertha, a bela esposa de Ragnar lothbrok, mas logo percebeu-se que ela era muito mais que sua esposa. Ao longo das temporadas, ela se estabeleceu como a verdadeira heroína da série. E Katheryn Winnick, sua intérprete, como uma figura de proa no feminismo.
A atriz concordou em fazer parte do júri presidido por Baran Bo Odar, fundador do festival de origem suíça Dark, Cannes Series, que estreia nesta sexta-feira (05 de Abril). O 20 Minutes conversou com a atriz antes de ela voar para La Croisette:
20 Minutes: “Lagertha, heroína dos vikings, foi planejada desde o início?”
KW: “Inicialmente, eu participaria apenas de três temporadas. Os fãs não me deixaram ir. Eu tenho sorte de ter uma fan base tão fiel!”
20 Minutes: “O que atraiu o público, na sua opinião?”
KW: “Lagertha é mãe, esposa, divorciada, mulher com fortes valores familiares, mas também é guerreira que luta pelo que acredita. Ela é uma mulher forte. Ela chegou quando precisávamos de um modelo feminino forte, com o advento dos movimentos MeToo e Time’sUp.”
20 Minutes: “Interpretar uma personagem tão forte mudou você como mulher?”
KW: “Me sinto muito próxima à ela, coloquei muito de mim nisso. Eu admiro sua coragem, seus valores fortes, o fato de que ela acredita no destino, e especialmente que ela nunca decepciona. Ela sempre será parte de mim.”
20 Minutes: “Como você se preparou para dizer adeus à Lagertha?”
KW: “A sexta temporada será a última e acho que posso dizer sem spoiler que teremos que nos despedir de todos os personagens. Eu pensei sobre isso. Um amigo sugeriu que fizesse uma espécie de cerimônia de despedida. Acho que só temos que deixá-la ir, mas ainda não sei como vou fazer isso.”
20 Minutes: “Muitos acreditam que ela é a personagem mais faminista da televisão hoje, isso te coloca sob muita pressão?”
KW: “É difícil para mim dizer que é a personagem de TV mais feminista, há tantas séries incríveis, com personagens femininas fortes. Eu não sinto pressão, acho que entraria em pânico!”
20 Minutes: “Você dirigiu um episódio da 6ª temporada, conte-nos sobre essa experiência?”
KW: “Eu sempre quis dirigir algo, mas nunca achei que fosse possível por causa da falta de oportunidade para nós, mulheres. Depois de participar desta série por muitos anos, vi que havia uma oportunidade de ficar por trás da câmera. Não foi uma batalha fácil. Tive o apoio do autor da série, Michael Hirst, dos atores e toda a equipe, eles foram extremamente generosos. Tive que ser imprudente, mas todo mundo me apoiou. Estou muito orgulhosa deste episódio e mal posso esperar que o público assista!”
20 Minutes: “Ser diretora, é uma forma de tomar o poder para as mulheres em Hollywood?”
KW: “É muito difícil para uma mulher ter a oportunidade de dirigir, é muito difícil. Eu gostaria de enfatizar que todos devem se esforçar para garantir igualdade de acesso aos cargos, precisamos de mulheres escritoras, produtoras, diretoras e em cargos executivos. A televisão tem uma influência enorme nas jovens do mundo inteiro!”
20 Minutes: “Você acha que a televisão tem parte na emancipação das mulheres?”
KW: “Ainda há um caminho para percorrer! Temos visto mais séries capazes de representar mulheres bem, do que filmes. Penso, por exemplo, em The Good Wife e The Handmaid’s Tale. Existem muitas personagens femininas objetivas, que não são definidas como protagonistas por direito próprio e capazes de serem motores reais. Esta mudando, mas leva tempo. Eu posso dizer isso porque li cerca de cinco roteiros por semana. É muito raro ver uma personagem que leva as coisas na mão como Lagertha. Eu ainda vejo muitos papéis de simples esposas ou fantoche. É por isso que sinto que temos um longo caminho a percorrer.”
20 Minutes: “Uma mulher que te inspira?”
KW: “Lucille Ball, a estrela da sitcom ‘I Love Lucy’. Eu fiz algumas pesquisas e ela é muito mais do que eu vi quando era criança. Ela foi a primeira mulher a dirigir uma produtora em Hollywood, ela lutou pelo pagamento igual, ela realmente abriu o caminho para as mulheres em Hollywood!”
20 Minutes: “O Festival Cannes Series assinará a carta ‘5050 em 2020’ para igualdade e diversidade, isso motivou sua decisão para se tornar membro do júri?”
KW: “Eu acho que a igualdade é uma opção eficaz. Esta é uma das razões pelos quais estou muito feliz por fazer parte deste júri. Também estou feliz por fazer parte de um festival que apresentará séries de televisão e conteúdo forte. Estou animada por fazer parte de um júri onde, graças aos meus vinte anos de profissão, terei a chance de fazer minha voz ser ouvida para celebrar a televisão e a produção em série. Eu mal posso esperar para estar lá!”